segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Eu e Lenine (A Ponte)

Foto: httpsp3.fotolog.com/photo312104mariodemetrius91268087769092_f.jpg

(eu canto pro rei da levada
Na lei da imbolada, na língua da percussão)

Lenine, mestre e inspiração

Eu já atravessei a ponte do paraguai
Um filme inspirou a ponte do rio que cai
É sucesso em campinas e na voz dos racionais
Mas a ponte da capital é demais

Projetada pra aproximar
Do centro o são sebastião, o lago e o paranoá
Desafogaram o tráfego na região
Visitantes de chegada, nova opção

Fique ligado, acompanhe passo a passo
Condomínios luxuosos de todos os lados
O congresso e o planalto colados
"aqueles barraco alí ó, vão ser retirados"

A ponte é luxo, nada é mono, só estéreo
Mil e duzentos metros, louco visual aéreo
Quem sobe só pra regular a antena
Reforça as pontes-safena

A ponte começou depois mas terminou
Bem antes que as obras do metrô
Quem mora fora do avião
Bate palma, aplaude, apóia, pede diversão

A ponte é muito, muito iluminada
O pôr-do-sol numa visão privilegiada
O povo quer passar, vê nela algo místico
A ponte virou ponto turístico

(esse lugar é uma maravilha,no horizonte, no horizonte)

A ponte é um vai e vem de doutor
Tem ambulante, tem camelô
Olha pra baixo, vê jet-ski e altos barcos
Olha pra cima, lá estão os três arcos

A ponte saiu do papel, virou realidade
Novo cartão postal da cidade
Um quer transformar ela em patrimônio mundial
Um outro num inquérito policial

Então, então, então na sua opinião, lenine,
Tá normal ou existe crime?
Se souber o caminho de rocha, me aponte

É...a ponte simboliza união
No nosso caso, brasília e o sertão
(a ponte não é de concreto, não é de ferro, não é de cimento)
É do vermelho, é do azul é de cada elemento

Leva o nome de jk
Que transferiu a capital do litoral pra cá
Lenine, te peço mais um favor (diz aí)
Cante a origem deste preto que se apresentou

(nagô, nagô, na golden gate...)

(quem foi?)
O projeto é do arquiteto alexandre shan
(comprasse, pagasse?)
Todas as contas foram aprovadas pelo TCU
(me diz quanto foi)
164 milhões de reais
É...bota fé...


(Composição: Gog)

Foto: Felippe César Santana

terça-feira, 19 de outubro de 2010

De volta!

Quase exatos dois anos depois... muito prazer, again!

Digo muito prazer porque a volta requer uma nova apresentação, pois decerto, não sou mais a mesma (ou não!).

Reli quase todos meus textos anteriores e relembrei que comecei isto aqui com “um assunto à altura de uma estréia”: Sex and the City. Portanto, que tal o recomeço com Sex and the City 2? Mais uma vez não estou aqui para fazer críticas cinematográficas ou qualquer coisa do tipo, mas apenas para falar de velhos queridos assuntos: Cinema, Moda, Arquitetura, Cidades, Comportamento, Relações, Amizade e Amor.

Há dois anos assisti ao primeiro longa concentrada no comportamento das personagens como conseqüência da cidade, tal como uma boa recém-formada em arquitetura e urbanismo. Por isso repito: eis aqui outra Carolina. Fico a pensar se também me tornei “vítima do sistema” (claro que sim!), agora mais velha, com menos tempo livre depois de quase 10 horas diárias corridas de trabalho...

Enfim... vamos ao filme... Dessa vez nossas meninas não povoaram tanto New York; elas pegaram um avião de primeira classe e foram parar em Abu Dhabi! E o ponto alto do filme se encontra no choque de costumes Oriente x Ocidente, de onde o diretor tirou tanto motivo para comédia e questionamentos. A comédia procede quase que 100% de Samantha que me fez chorar (juro!) de rir, enquanto os questionamentos vinham das demais que se encontravam perdidas sob a incumbência de ser mulher e ao mesmo tempo ser mãe, profissional ou esposa.

Ser mulher não é fácil e nunca será, mesmo depois de realizados tais sonhos como a maternidade, a profissão perfeita ou o casamento. Depois disso, fatalmente perguntas como “será que era isso mesmo que eu queria?” custam a calar... típico da alma feminina. E calar a boca das mulheres talvez seja o que, no íntimo, todo homem quer! Miranda foi muito feliz ao refletir que “os homens fingem estar confortáveis com mulheres fortes, mas muitos preferiam que comêssemos batatas com os véus”. E assim as moças e senhoras da tradicional Abuh Dabi se cobrem da cabeça aos pés, muitas delas escondendo até Louis Vitton da última coleção de primavera por debaixo de suas burcas, abayas e nikabs nada fashionistas!

Sou avessa a discussões feministas, mas diante de tais paradoxos colocados no filme, fica impossível incitar questões como essa. Paradoxo é única palavra que encontro para caracterizar a capital dos Emirados Árabes Unidos, uma das cidades mais ricas do mundo, onde sua arquitetura respira símbolos e significados, como tecnologia x tradição, arranha-céus x mesquitas antiqüíssimas.

Voltar ao passado e buscar a si mesma é tarefa infinitamente prazerosa. Despeço-me do post (mas não do blog) citando my favorite girl Carrie: “A vida nos muda e nem tudo precisa ser igual para sempre, mas é bom às vezes voltar a ser quem éramos, como reviver nem que seja dois dias num antigo lar...” . Muito bom perceber que me sinto bem à vontade aqui.

Lar doce lar...